sábado, 15 de setembro de 2012


Se Eu fosse apenas...

Se eu fosse apenas uma rosa,
com que prazer me desfolhava,
já que a vida é tão dolorosa
e não te sei dizer mais nada!


Se eu fosse apenas água ou vento,
com que prazer me desfaria,
como em teu próprio pensamento
vais desfazendo a minha vida! 


 Perdoa-me causar-te a mágoa
 desta humana, amarga demora!
 de ser menos breve do que a água,
 mais durável que o vento e a rosa. . .

 Cecília Meireles


Postado por Jéssica Faria.

Poema Infantil - Cecília Meireles

A bailarina

                                                   
Esta menina                                  
tão pequenina
quer ser bailarina.
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.
Não conhece nem mi nem fá
Mas inclina o corpo para cá e para lá.
—–
Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.
—-
Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.
—-
Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.
—-
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
—-
Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.




Cecília Meireles


Cecília Meireles é uma das grandes escritoras da literatura brasileira. Seus poemas encantam os leitores de todas as idades. Nasceu no dia 7 de novembro de 1901, na cidade do Rio de Janeiro e seu nome completo era Cecília Benevides de Carvalho Meireles.
Sua infância foi marcada pela dor e solidão, pois perdeu a mãe com apenas três anos de idade e o pai não chegou a conhecer (morreu antes de seu nascimento). Foi criada pela avó Dona Jacinta. Por volta dos nove anos de idade, Cecília começou a escrever suas primeiras poesias.  
Formou-se professora (cursou a Escola Normal) e com apenas 18 anos de idade, no ano de 1919, publicou seu primeiro livro “Espectro” (vários poemas de caráter simbolista). Embora fosse o auge do Modernismo, a jovem poetisa foi fortemente influenciada pelo movimento literário simbolista. 
No ano de 1922, Cecília casou-se com o pintor Fernando Correia Dias. Com ele, a escritora teve três filhas.  
Sua formação como professora e interesse pela educação levou-a a fundar a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro no ano de 1934. Escreveu várias obras na área de literatura infantil como, por exemplo, “O cavalinho branco”, “Colar de Carolina”, “Sonhos de menina”, “O menino azul”, entre outros. Estes poemas infantis são marcados pela musicalidade (uma das principais características de sua poesia). 
O marido suicidou-se em 1936, após vários anos de sofrimento por depressão. O novo casamento de Cecília aconteceu somente em 1940, quando conheceu o engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira.  
No ano de 1939, Cecília publicou o livro Viagem. A beleza das poesias trouxe-lhe um grande reconhecimento dos leitores e também dos acadêmicos da área de literatura. Com este livro, ganhou o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras. 
Cecília faleceu em sua cidade natal no dia 9 de novembro de 1964.  
Relação de suas obras: 
Espectro - 1919
Criança, meu amor - 1923
Nunca mais... - 1923
Poema dos Poemas -1923
Baladas para El-Rei - 1925
O Espírito Vitorioso - 1935
Viagem - 1939
Vaga Música - 1942
Poetas Novos de Portugal - 1944
Mar Absoluto - 1945
Rute e Alberto - 1945
Rui — Pequena História de uma Grande Vida - 1948
Retrato Natural - 1949
Amor em Leonoreta - 1952
12 Noturnos de Holanda e o Aeronauta - 1952
Romanceiro da Inconfidência -1953
Poemas Escritos na Índia - 1953
Batuque - 1953
Pequeno Oratório de Santa Clara - 1955
Pistóia, Cemitério Militar Brasileiro - 1955
Panorama Folclórico de Açores -1955
Canções - 1956
Giroflê, Giroflá - 1956
Romance de Santa Cecília - 1957
A Rosa - 1957
Obra Poética -1958
Metal Rosicler -1960
Solombra -1963
Ou Isto ou Aquilo -1964
Escolha o Seu Sonho - 1964 


(Jéssica Faria)



"Depois vai o Sem-Pernas. Vai calado, uma estranha comoção o possui. Vai como um crente para uma missa, um amante para o seio da mulher amada, um suicida para a morte. Vai pálido e coxeia. Monta um cavalo azul que tem estrelas pintadas no lombo de madeira. Os lábios estão apertados, seus ouvidos não ouvem a música da pianola. Só vê as luzes que giram com ele e prende em si a certeza de que está num carrossel, girando num cavalo como todos aqueles meninos que têm pai e mãe, e uma casa e quem os beije"                                                                                            ( Capitães da Areia, Jorge Amado).

 O desejo mais profundo dos Capitães da Areia, não eram uma mulher nem Dinheiro, era de apenas  ser uma criança como qualquer outra, necessitavam do essencial, pai, mãe, família, alguém que cuidasse, que tivesse um pouco de sentimento fraternal para preencher esse vazio dessa vida que levavam.


Jéssica Faria
“O Sem-Pernas convidou a todos para irem ver o carrossel na outra noite, quando o acabariam de armar. E saiu para encontrar Nhozinho França. Naquele momento todos os pequenos corações que pulsavam no trapiche invejaram a suprema felicidade do Sem-Pernas. Até mesmo Pirulito, que tinha quadros de santos na sua parede, até mesmo João Grande, que nessa noite iria com o Querido-de-Deus ao candomblé de Procópio, no Matutu, até mesmo o Professor, que lia livros, e quem sabe se também Pedro Bala, que nunca tivera inveja de nenhum porque era o chefe de todos?”
                                                                (Jorge Amado, Capitães da Areia)

Apesar de Os Capitães Da Areia viverem como homens, praticar crimes e estupros, no fundo ainda eram crianças, crianças com infância roubada, sem nenhum direito, sem nada, sem alternativa para serem bons.

Jéssica Faria 


"Avô, mesmo que a gente morra, é melhor morrer de repetição na  mão, brigando com o coronel, que morrer em cima da terra, debaixo de relho, sem reagir. Mesmo que seja pra morrer nós deve dividir essas terras, tomar elas para gente. Mesmo que seja um dia só que a gente tenha elas, paga a pena de morrer".
(AMADO,Jorge - Os Subterrâneos da Liberdade - Agonia da Noite,)
Quando nos privam de algum direito ou nos tomam algo que é nosso  ferem nossa liberdade e a liberdade torna o ser humano mais corajoso como se sua dignidade estivesse acima de tudo, até mesmo da própria vida. E isto está expressamente dito neste trecho de Os Subterrâneos da liberdade de Jorge Amado.

Jéssica Faria

                                                                                                                                                                    

                                                10/8/1912, Itabuna (BA) 

                                                 6/8/2001, Salvador (BA)

Jorge Amado de Faria nasceu na fazenda Auricídia, em Ferradas, município de Itabuna. Filho do "coronel" João Amado de Faria e de Eulália Leal Amado, foi com apenas um ano para Ilhéus, onde passou a infância. Mudou-se para Salvador, onde passou a adolescência e entrou em contato com muitos dos tipos populares que marcaria sua obra.
Aos 14 anos, começou a participar da vida literária de Salvador, sendo um dos fundadores da Academia dos Rebeldes, grupo de jovens que (juntamente com os do Arco & Flecha e do Samba) desempenhou importante papel na renovação das letras baianas. Entre 1927 e 1929, foi repórter no "Diário da Bahia", época em que também escreveu na revista literária "A Luva".
Estreou na literatura em 1930, com a publicação (por uma editora carioca) da novela "Lenita", escrita em colaboração com Dias da Costa e Édison Carneiro. Seus primeiros romances foram "O País do Carnaval" (1931), "Cacau" (1933) e "Suor" (1934).
Jorge Amado bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais na Faculdade de Direito no Rio de Janeiro (1935), mas nunca exerceu a profissão de advogado. Em 1939, foi redator-chefe da revista "Dom Casmurro". De 1935 a 1944, escreveu os romances "Jubiabá", "Mar Morto", "Capitães de Areia", "Terras do Sem-Fim" e "São Jorge dos Ilhéus".
Em parte devido ao exílio no regime getulista, Jorge Amado viajou pelo mundo e viveu na Argentina e no Uruguai (1941-2) e, depois, em Paris (1948-50) e em Praga (1951-2).
Voltando para o Brasil durante a Segunda Guerra Mundial, redigiu a seção "Hora da Guerra", no jornal "O Imparcial" (1943-4). Mudando-se para São Paulo, dirigiu o diário "Hoje" (1945). Anos depois, no Rio, participou da direção do semanário "Para Todos" (1956-8).
Em 1945, foi eleito deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro, por São Paulo, tendo participado da Assembléia Constituinte de 1946 e da primeira Câmara Federal posterior ao Estado Novo. Nessa condição, foi responsável por várias leis que beneficiaram a cultura. De 1946 a 1958, escreveu "Seara Vermelha", "Os Subterrâneos da Liberdade" e "Gabriela, Cravo e Canela".
Em abril de 1961, foi eleito para a cadeira número 23 da Academia Brasileira de Letras (sucedendo Otávio Mangabeira). Na década de 1960, lançou as obras "Os Velhos Marinheiros" (que compreende duas novelas, das quais a mais famosa é "A morte e a morte de Quincas Berro d'Água"), "Os Pastores da Noite", "Dona Flor e Seus Dois Maridos" e "Tenda dos milagres". Nos anos 1970, vieram "Teresa Batista Cansada de Guerra", "Tieta do Agreste" e "Farda, Fardão, Camisola de Dormir".
Suas obras foram traduzidas para 48 idiomas. Muitas se viram adaptados para o cinema, o teatro, o rádio, a televisão e até as histórias em quadrinhos, não só no Brasil, mas também em Portugal, França, Argentina, Suécia,Alemanha, Polônia, Tchecoslováquia (atual República Tcheca), Itália e EUA.                                                                                     Seus últimos livros foram "Tocaia Grande" (1984), "O Sumiço da Santa" (1988) e "A Descoberta da América pelos Turcos" (1994).
Além de romances, escreveu contos, poesias, biografias, peças de teatro, histórias infantis e até um guia de viagem. Sua esposa, Zélia Gattai, é autora de "Anarquistas, Graças a Deus" (1979), "Um Chapéu Para Viagem" (1982), "Senhora Dona do Baile" (1984), "Jardim de Inverno" (1988), "Pipistrelo das Mil Cores" (1989) e "O Segredo da Rua 18" (1991). O casal teve dois filhos: João Jorge, sociólogo e autor de peças infantis; e Paloma, psicóloga.
Jorge Amado morreu perto de completar 89 anos, em Salvador. A seu pedido, foi cremado, e as cinzas, colocadas ao pé de uma mangueira em sua casa.



Jéssica Faria

Nesse poema, ao meu ver, Murilo fala sobre a felicidade que nem sempre está totalmente relacionada ao dinheiro e ele sente - se triste por não poder viver a vida e que o dinheiro deveria ser usado pelas pessoas e não as pessoas deixarem serem usadas por ele.                                                                                             

Jéssica Faria





Quando Murilo cita malazarte no titulo já criamos um esboço do que seria o poema, pois Pedro Malazarte é conhecido por ser um caipira malandro que aplica golpes em suas andanças pelo mundo. Porém, o poema mostra – se muito mais profundo. Murilo cria e desvenda o modo de ver e pensar desse personagem tão conhecido por suas histórias mas tão pouco conhecido sobre si.                                                                                                              Jéssica Faria 



Vinicius de Moraes.


          Marcus Vinicius da Cruz de Mello Moraes, conhecido como Vinicius de Moraes nasceu em 19 de outubro de 1913, no Rio de Janeiro, com ascendência nobre e de dotes artísticos.
Com apenas 16 anos entrou para a Faculdade de Direito do Catete, onde se formou em 1933, ano no qual teve seu primeiro livro publicado “O caminho para a distância”. Durante o período de formação acadêmica firmou amizades com vínculos boêmios e desde então, viveu uma vida ligada à boemia.
Após alguns anos foi estudar Literatura Inglesa na Universidade de Oxford, no entanto, não chegou a se formar em razão do início da Segunda Guerra Mundial. Ao retornar ao Brasil, morou em São Paulo, onde fez amizade com Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade e também efetivou o primeiro de seus nove casamentos. Logo após algumas atuações como jornalista, cronista e crítico de cinema, ingressou na diplomacia em 1943. Por causa da carreira diplomática, Vinicius de Morais viajou para Espanha, Uruguai, França e Estados Unidos, contudo sem perder contato com o que acontecia na cultura do Brasil.
É um dos fundadores do movimento revolucionário na música brasileira, chamado de “Bossa Nova”, juntamente com Tom Jobim e João Gilberto. Com essa nova empreitada no mundo da música, Vinicius de Moraes abandonou a diplomacia e se tornou músico, compôs diversas letras e viajou através das excursões musicais. Durante esse período viveu intensamente os altos e baixos da vida boêmia, além de vários casamentos.
O início da obra de Vinicius de Moraes segue uma aliança com o Neo-Simbolismo, o qual traz uma renovação católica da década de 30, além de uma reformulação do lado espiritual humano. Vários poemas do autor enquadram-se nesta fase de temática bíblica. Porém, com o passar dos anos, as poesias foram focando um erotismo que passava a entrar em contradição com a sua formação religiosa.
Após essa fase de dicotomia entre prazer da carne e princípios cristãos, infelicidade e felicidade, Vinicius de Moraes partiu para uma segunda fase poética: a temática social e a visão de amor do poeta.
Há diferenças na estrutura da primeira fase poética do escritor em relação à segunda: a mudança dos versos longos e melancólicos para uma linguagem mais objetiva e coloquial.
Em 17 de abril de 1980, é operado para a instalação de um dreno cerebral.
Morre, na manhã de 9 de julho, de edema pulmonar, em sua casa, na Gávea, em companhia de Toquinho e de sua última mulher.Vinicius de Moraes foi um poeta que marcou a literatura e a música, e até hoje é relembrado, inclusive em nomes de avenidas, ruas...

Postado por Mayara Navas Bortolli



Obras de Vinicius de Moraes.



A obra artística de Vinicius de Moraes se inicia no início da década de 1930, quando o poeta lançou o livro "O Caminho para a Distância". A partir de então, Vinicius caminharia pelos campos da literatura,música e teatro.


Poesias

  • O Caminho para a Distância (1933)
  • Forma e Exegese (1935)
  • Ariana, a Mulher (1936)
  • Novos Poemas (1938)
  • Cinco Elegias (1943)
  • Poemas, Sonetos e Baladas (1946), também conhecido como O Encontro do Cotidiano (1968)
  • Pátria Minha (1949)
  • Antologia Poética (1954)
  • Livro de Sonetos (1957)
  • Novos Poemas (II) (1959)
  • Para Viver um Grande Amor (Crônicas e Poemas) (1962)
  • A Arca de Noé; Poemas Infantis (1970)
  • Poesia Completa e Prosa (1998)
  • As vinte moedas (1998)

Teatro

  • "As Feras"
  • "Cordélia e o Peregrino"
  • "Orfeu da Conceição"
  • "Procura-se uma Rosa"
  • "As doze bailarinas"

Canções de Vinicius de Moraes






  • A oca 
  • A uma mulher 
  • Amei tanto 
  • Canção de nós dois 
  • Cântico 
  • Cem por dentro 
  • Dia da criação 
  • Hendulu 
  • Medo de amar 
  • Melancia e coco verde 
  • O desespero da piedade 
  • O falso mendigo 
  • Poema dos olhos da amada 
  • Quarto soneto de meditação 
  • Samba de Gesse 
  • Serenata do adeus 
  • Sob o trópico de Câncer 
  • Soneto a K. Mansfield 
  • Soneto da intimidade 
  • Teleco-teco 
  • Ternura 
  • Tomara 
  • Valsa de Eurídice 
  • A casa 
Postado por Mayara Navas Bortolli

Frases e poesias de Vinícius de Moraes.






Postado por Mayara Navas Bortolli


Postado por Mayara Navas Bortolli

sexta-feira, 14 de setembro de 2012


Quem foi José Lins do Rego

"O espirito Olímpico não é o que conduz a Vitória por cima de tudo. É o que chega a vitória para engrandece-las e respeitar a derrota dos que ficam embaixo"


     José Lins do Rego Cavalcanti nasceu em 1901, no Estado da Paraíba, e morreu em 1957 na cidade do Rio de Janeiro.
     Viveu a maior parte de sua vida em Recife, cidade onde se formou em Direito. A partir de 1936, passou a viver na cidade do Rio de Janeiro.
O dia a dia e os costumes tanto de Pernambuco quanto do Rio de Janeiro eram evidentes em suas obras literárias.
     Ele deu início ao conhecido Ciclo da Cana-de-Açúcar com a obra: Menino de Engenho. Além deste livro, este notável escritor escreveu outros livros, como: Doidinho, Banguê, O Moleque Ricardo e Usina. Este último possui narrativa descritiva do meio de vida nos engenhos e nas plantações de cana de açúcar do Nordeste. 
    Em sua segunda fase, José Lins do Rego escreveu romances que tinham como tema a vida rural. Deste período, fazem parte as seguintes obras: Pureza, Pedra Bonita, Riacho Doce e Agua Mãe.  
   No ano de 1943 publicou o livro Fogo Morto, considerado a sua obra-prima; posteriormente escreveu Euridice, Cangaceiros, alguns ensaios, crônicas e outras obras.
    Este notável escritor foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras e teve suas obras traduzidas para diferentes idiomas, entre eles, o russo. Antes de morrer, escreveu um livro de memórias chamado: Meus Verdes Anos.

Principais Obras:
- Menino de engenho (1932) 
- Doidinho (1933) 
- Bangüê (1934) 
- O Moleque Ricardo (1935) 
- Usina (1936) 
- Pureza (1937) 
- Pedra bonita (1938) 
- Riacho doce (1939) 
- Fogo morto (1943) 
- Eurídice (1947) 
- Cangaceiros (1953) 
- Gordos e magros (1942) 
- Poesia e vida (1945) 
- Homens, seres e coisas (1952) 
- A casa e o homem (1954) 
- Meus verdes anos (1956) 
- O vulcão e a fonte (1958) 
- Dias idos e vividos (1981)


Por Maria Helouise Rodrigues Fontolan.





quinta-feira, 13 de setembro de 2012




Nome: 
Mario Quintana
Nascimento:
30/07/1906
Natural:
Alegrete - RS
Morte:
05/05/1994


Mario Quintana (Vida)

"Olho em redor do bar em que escrevo estas linhas.
Aquele homem ali no balcão, caninha após caninha,
nem desconfia que se acha conosco desde o início
das eras. Pensa que está somente afogando problemas
dele, João Silva... Ele está é bebendo a milenar
inquietação do mundo!"
  


     Mário Quintana foi um poeta e tradutor gaúcho, autor de poemas e frases consideradas brilhantes. Seu livro de poemas “Antologia Poética” e o poema “Borboletas” são cada vez mais lidos e comentados.
     Mário de Miranda Quintana nasceu na cidade de Alegrete, no Rio Grande do Sul. Foi matriculado na escola militar na adolescência no ano de 1919 e lá, começou a trabalhar na revista Hyloea. Em 1924, entrou na editora da livraria O Globo. Em 1929, ingressou na redação do diário “O Estado do Rio Grande”.
     Em 1929, começou a trabalhar na redação do diário O Estado do Rio Grande.Em 1934, foi publicado o livro “Palavras e Sangue”, cuja obra originalmente escrita por Giovanni Papini, foi traduzida por Quintana.O poeta também traduziu autores como Voltaire, Virginia Woolf e Maupassant. traduziu também “Em Busca do Tempo Perdido”, de Proust, considerada muito densa.
     Em 1940, lançou o livro de poemas “A Rua dos Cataventos”, obtendo sucesso. Em 1966, foi lançado o livro “Antologia Poética”, organizado pelos escritores Paulo Mendes Campos e Rubem Braga. Foi saudado pela Academia Brasileira e Letras pelo Poeta Manuel Bandeira.       Em 1980, recebeu o prêmio Machado de Assis da ABL pela obra total e em 1981, foi agraciado com o prêmio Jabuti de Personalidade Literária do Ano.
     O poeta Mário Quintana tem outros trabalhos interessantes: "Quintanares" (1976) e "Esconderijos do Tempo" (1980) são alguns exemplos no segmento da poesia. Na literatura infantil, destacam-se "Lili inventa o Mundo" (1983) e "Nariz de Vidro" (1984).
     O poeta não se casou e faleceu em 1994, em Porto Alegre, lugar onde viveu a maior parte de sua vida.



Mario Quintana - LISTA DE SUAS OBRAS

Obra poética

* A Rua dos Cataventos - Porto Alegre, Editora do Globo, 1940
* Canções - Porto Alegre, Editora do Globo, 1946
* Sapato florido - Porto Alegre, Editora do Globo, 1948
* O aprendiz de feiticeiro - Porto Alegre, Editora Fronteira, 1950
* Espelho mágico - Porto Alegre, Editora do Globo, 1951
* Inéditos e esparsos - Alegrete, Cadernos do Extremo Sul, 1953
* Poesias - Porto Alegre, Editora do Globo, 1962
* Caderno H - Porto Alegre, Editora do Globo, 1973
* Apontamentos de história sobrenatural - Porto Alegre, Editora do Globo / Instituto Estadual do Livro, 1976
* Quintanares- Porto Alegre, Editora do Globo, 1976
* A vaca e o hipogrifo - Porto Alegre, Garatuja, 1977
* Esconderijos do tempo - Porto Alegre, L&PM, 1980
* Baú de espantos - Porto Alegre - Editora do Globo, 1986
* Preparativos de viagem - Rio de Janeiro - Editora Globo, 1987
* Da preguiça como método de trabalho - Rio de Janeiro, Editora Globo, 1987
* Porta giratória - São Paulo, Editora Globo, 1988
* A cor do invisível - São Paulo, Editora Globo, 1989
* Velório sem defunto - Porto Alegre, Mercado Aberto, 1990
* Água - Porto Alegre, Artes e Ofícios, 2001

Letícia Tomazella Escobar









Para Sempre


Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento. 

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Carlos Drummond de Andrade

Letícia Tomazella Escobar

A amizade é um amor que nunca morre:






A amizade é um amor que nunca morre. 
A amizade é uma virtude que muitos sabem que existe,
alguns descobrem, mas poucos reconhecem. 
A amizade quando é sincera o esquecimento é impossível 
A confiança, tal como a arte, não deriva de termos resposta para tudo, mas,
de estarmos abertos a todas as perguntas. 
A dor alimenta a coragem. Você não pode ser corajoso se só aconteceram
coisas maravilhosas com você. 
A esperança é um empréstimo pedido à felicidade. 
A felicidade não é um prêmio, e sim uma conseqüência,
a solidão não é um castigo, e sim um resultado. 
A felicidade não está no fim da jornada, e sim em cada curva do caminho que
percorremos para encontrá-la. 
A gente tropeça sempre nas pedras pequenas, porque as grandes a gente logo enxerga. 
A glória da amizade não é a mão estendida, nem o sorriso carinhoso, nem mesmo a delicia da companhia. É a inspiração espiritual que vem quando você descobre que alguém acredita e confia em você. 
A infelicidade tem isto de bom: faz-nos conhecer os verdadeiros amigos. 
A inteligência é o farol que nos guia, mas é a vontade que nos faz caminhar. 
A maior fraqueza de uma pessoa é trocar aquilo que ela mais deseja na vida, por aquilo que ele deseja no momento. 
A persistência é o caminho do êxito. 
A pior solidão é aquela que se sente na companhia de outros. 
A SOLIDÃO É UMA GOTA NO OCEANO QUE SÓ OLHA PARA SI MESMA... UMA GOTA QUE NÃO SABE QUE É OCEANO... 
Amigos são a outra parte do oceano que a gota procura... 
A tua única obrigação durante toda a tua existência
é seres verdadeiro para contigo próprio.
A verdadeira amizade deixa marcas positivas que o tempo jamais poderá apagar. 
A verdadeira amizade é aquela que não pede nada em troca, a não ser a própria amiga. 
A verdadeira generosidade é fazer alguma coisa de bom por alguém
que nunca vai descobrir. 
A verdadeira liberdade é poder tudo sobre si.
Algumas pessoas acham-se cultas porque comparam sua ignorância com as dos outros. 
Amigo de verdade é aquele que transforma um pequeno momento em um grande instante. 
Amigo é a luz que não deixa a vida escurecer. 
Amigo é aquele que conhece todos os seus segredos e mesmo assim gosta de você! 
Amigo é aquele que nos faz sentir melhor e sobre tudo nos faz sentir amados... 
Amigo é aquele que, a cada vez, nos faz entrever
a meta e que percorre conosco um trecho do caminho
Amigos são como flores cada um tem o seu encanto por isso cultive-os. 
Amizade é como música: duas cordas afinadas no mesmo tom, vibram juntas... 
Amizade, palavra que designa vários sentimentos, que não pode ser trocada por meras coisas materiais... Deve ser guardada e conservada no coração!!! 
As pessoas entram em nossas vidas por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem. 
Celebrar a vida é somar amigos, experiências e conquistas,
dando-lhes sempre algum significado. 
Diante de um obstáculo não cruzes os braços, pois o maior
homem do mundo morreu de braços abertos. 
Elogie os amigos em público, critique em particular. 
Errar é humano, perdoar é divino. 
Evitar a felicidade com medo que ela acabe; é o melhor meio de ser infeliz. 
Faça amizade com a bondade das pessoas, nunca com seus bens! 
Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente.

                        Érico Veríssimo.

Por Maria Helouise R. Fontolan


terça-feira, 11 de setembro de 2012

Carlos Drummond de Andrade



     Nasceu em ltabira (MG) em 1902. Fez os estudos secundários em Belo Horizonte, num colégio interno, onde permaneceu até que um período de doença levou-o de novo para ltabira. Voltou para outro internato, desta vez em Nova Friburgo, no estado do Rio de Janeiro. Pouco ficaria nessa escola: acusado de "insubordinação mental" - sabe-se lá o que poderia ser isso! -, foi expulso do colégio. Em 1921 começou a colaborar com o Diário de Minas. Em 1925, diplomou-se em farmácia, profissão pela qual demonstrou pouco interesse. Nessa época, já redator do Diário de Minas, tinha contato com os modernistas de São Paulo. Na Revista de Antropofagia publicou, em 1928, o poema -No meio do caminho, que provocaria muito comentário. No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra. Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho no meio do caminho tinha uma pedra. Ingressou no funcionalismo público e em 1934 mudou-se para o Rio de Janeiro. Em agosto de 1987 morreu-lhe a única filha, Julieta. Doze dias depois, o poeta faleceu. Tinha publicado vários livros de poesia e obras em prosa - principalmente crônica. Em vida, já era consagrado como o maior poeta brasileiro de todos os tempos. O nome de Drummond está associado ao que se fez de melhor na poesia brasileira. Pela grandiosidade e pela qualidade, sua obra não permite qualquer tipo de análise esquemática. Para compreender e, sobretudo, sentir a obra desse escritor, o melhor caminho é ler o maior número possível de seus poemas. De acontecimentos banais, corriqueiros, gestos ou paisagens simples, o eu-lírico extrai poesia.     Nesse caso enquadram-se poemas longos, como ; -O caso do vestido, e ;- O desaparecimento de Luísa Porto , e poemas curtos, como ;Construção. O primeiro poema de Alguma poesia é o conhecido "Poema de sete faces", do qual transcreve-se a primeira estrofe: Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida. A palavra gauche ;- lê-se gôx., de origem francesa, corresponde a –esquerdo; em nosso idioma. Em sentido figurado, o termo pode significar ;-acanhado,. Variantes da palavra gauche - como esquerdo, torto, canhestro - aparecem por toda a obra de Drummond, revelando sempre a oposição eu-lírico X realidade externa, que se resolverá de diferentes maneiras. Muitos poemas de Drummond funcionam como denúncia da opressão que marcou o período da Segunda Grande Guerra. 
     A temática social, resultante de uma visão dolorosa e penetrante da realidade, predomina em Sentimento do mundo ;1940)e A rosa do povo ;1945, obras que não fogem a uma tendência observável em todo o mundo, na época: a literatura comprometida com a denúncia da ascensão do nazi-fascismo. A consciência do tenso momento histórico produz a indagação filosófica sobre o sentido da vida, pergunta para a qual o poeta só encontra uma resposta pessimista.

Por Letícia Tomazella Escobar